O casamento da minha mãe
- duasclaves
- 26 de mai. de 2021
- 5 min de leitura
Em comemoração ao Mês das Mães e das Noivas, vim contar sobre o casamento da minha mãe - que, como ela mesma disse, dá pra ser roteiro de um filme de comédia (vocês entenderão logo mais! hehehe)

A data: 10 de janeiro de 1997
Vamos começar pela data. Meus pais, Regiane e Isair, casaram-se no dia 10 de janeiro de 1997, numa sexta-feira (alô alô, noivinhas de sexta-feira, sabia que nós oferecemos condições especiais para casamentos de sextas e domingos? entre em contato). Coincidência ou não, descobri que nesse dia se celebra o Dia de São Gonçalo, que, nada mais é, que o "santo casamenteiro".
Na realidade, meus pais estavam planejando se casarem em setembro daquele ano, por 2 principais motivos: o clima mais ameno e eu já teria nascido (nasci em junho). Porém, minha avó, mãe da minha mãe, descobriu um câncer (que já estava em estágio avançado) e eles resolveram antecipar o casório para janeiro. Infelizmente não deu tempo. Minha avó faleceu 20 dias antes do casamento.
O planejamento: nunca vi, nem comi, eu só ouço falar
Como minha mãe mesma disse, "planejamento? não teve". Naquela época já não era tãaao comum ter cerimonialista. Além disso, vocês imaginam como estava a cabeça dela meses antes com sua mãe doente e 20 dias antes lidando com o luto? Bom, a verdade é que não teve planejamento, foi uma loucura, e realmente daria um filme de comédia, misturado com romance e drama.
Dica amiga: contratem assessoria (completa, viu?).
A beleza da noiva: vestido, cabelo e maquiagem
Se eu contar que minha mãe escolheu o 1º vestido que experimentou vocês acreditam? E se eu disser que isso foi 1 mês antes do casamento? Pois é... E QUE VESTIDO!
"Meu vestido foi um dilema. Eu aluguei o único vestido que eu experimentei. Eu fui em várias lojas na rua Duque, em Taubaté, conhecida como a Rua das Noivas. Eu passava, entrava, pedia pra olhar os vestidos, não gostava de nenhum. Faltava 1 mês pro casamento e eu não tinha vestido ainda. Aí desisti. Indo embora, passei na frente de uma loja e vi um vestido todo estampado, bonito. Pensei: é aquele. Experimentei e não precisou fazer NADA, nem a barra. O vestido foi feito pra mim!"
A maquiagem e o penteado ela ganhou de uma amiga, que tinha mãe cabeleireira. Sou suspeita, mas ela estava parecendo uma princesa, né?



A chegada na cerimônia (na verdade, a saída do salão)
Bom, antes de falar da chegada, eu PRECISO falar da saída: a saída da minha mãe do salão de cabeleireira. Vou deixar as palavras dela:
"Estava toda linda, arrumada, pronta. Chegou meu irmão de carro e eu perguntei "você que veio me buscar?" e ele "não, não vim te buscar não". Gente, eu não tinha combinado com ninguém pra me buscar na cabeleireira."
Pois é, acredite se quiser. E se esse meu tio não tivesse ido lá? Até quando ela ficaria esperando alguém aparecer? kkk. Bom, esse meu tio não quis levá-la porque o carro dele só tinha 2 portas e disse que tinha alguém na festa com um "carrão". Era o tio Marcos, tio do meu pai. Ele concordou, mas demorou pra chegar...
"Passaram-se 10, 15, 20 minutos... E a casa da cabeleireira ficava há 5 minutos de carro do local da festa. Depois de 40 minutos chegou o carrão lá. Ele tinha mandado jogar uma água no carro antes de me buscar porque disse que estava muito sujo."
Sim, o tio Marcos mandou lavar o carro pra poder levar minha mãe de noiva. Enquanto isso, o pessoal lá na festa aguardava a noiva atrasada.
A cerimônia: de mau a melhor
Quando minha mãe chegou no local, uma tia dela já veio logo falando "rápido que o Padre está com pressa porque terá uma reunião com o Bispo logo em seguida do seu casamento". Minha mãe, então, começou a entrar - sozinha, porque já era órfã de seus pais (meu avô faleceu alguns anos antes da minha avó).
"Eu não tinha mais pai já na época e eu tenho 4 irmãos. Ou entrava com os 4 ou não entrava com nenhum."
Então ela decidiu entrar sozinha. Eis que vem outra tia correndo e diz "espera aí que o padre está colocando a batina". Ou seja, uma apressa, a outra pede pra esperar. Uma bagunça total, né?
"Então eu fiquei parada no caminho esperando. Nisso, o tio, o mesmo que foi me buscar na cabeleireira, veio do meu lado e entrou comigo. Foi uma surpresa pra mim, pra todo mundo. Ficou bonito porque ele veio do meu lado, não me deixou entrar sozinha."


O tio entregou minha mãe ao meu pai e começou a celebração. Eis que minha mãe percebe que as madrinhas não estavam lá...
"Quando eu olhei, cadê as madrinhas? Não estavam lá. Me deu ataque de riso. Comecei a rir e o Padre olhava pra minha cara e fazia "shiu!, shiu! e eu não conseguia, gente. Todo mundo achando que eu estava linda lá sorrindo, mas eu estava RINDO mesmo."
Mas calma, depois elas chegaram. E entraram. No meio. Do. Casamento.
"Entrou uma de cada lado. Deu a impressão de que tinha sido combinado. Mas nada foi combinado. [...] E no fim tudo deu certo. Todo mundo achou que tudo aquilo foi combinado: a minha entrada até o meio e depois vir o tio, e entrar as madrinhas depois. Todo mundo achou lindo, diferente."
Fornecedores: local, decoração, buffet, música e fotógrafo
A cerimônia e a festa aconteceram no mesmo local: o Rancho L, salão em Tremembé que existe até hoje! A decoração foi super simples e foi feita pelas madrinhas (motivo, inclusive, pelo qual elas se atrasaram: depois de decorarem o local, voltaram para casa para se arrumar).

O buffet... eu disse buffet? Bom, minha mãe tem uma tia que faz bolo, outra que faz salgado... e assim foram encomendando da família.

E a música? Quem tocou no casamento dos pais de "uma das claves" do Duas Claves? hahaha! Foi uma pessoa muito especial pra toda família - que, inclusive, levo como inspiração: Devail Silva, tio do meu pai. Músico profissional e pessoa do bem que nos deixou no ano passado. Que delícia saber que ele fez parte desse dia de maneira tão especial, além dos tios Marcos e Silvio. E se vocês pensam que pelo menos aqui houve algum planejamento, estão enganados. Também foi de última hora, pois não haveria música na festa.
"Estava certo só que iria tocar no som alguma música e quando eu cheguei lá ia ter música ao vivo, eu achei muito chique."

E o fotógrafo? Ah, o fotógrafo deve ter sido escolhido com antecedência, né? Então...
"Faltava 1 semana pro meu casamento e eu não tinha fotógrafo. Eu trabalhava na Lojas Cem e ele entrou lá (como cliente mesmo), pediu pra tomar água e viu meu convite na cozinha. Aí ele perguntou pra alguém "ah, você sabe se ela já tem fotógrafo? já é semana que vem então ela já deve ter", aí o vendedor falou pra ele "ah não custa perguntar, vai lá e pergunta pra ela".
Ele, então, ofereceu os serviços dele, marcaram uma reunião pro dia seguinte e eles fecharam. Quem não arrisca não petisca, né?
Essa história maluca merece um like, né? Deixa seu ♥





